segunda-feira, junho 13, 2005

as tristezas do dia

Num dia como o de hoje é díficil não parar para pensar em algumas coisas... Acredito sinceramente que o país está de luto e tem que estar. Apesar de não ter uma proximidade ou simpatia particular a qualquer das figuras que morreram ou foram enterradas hoje, penso que elas foram de grande importância e jogaram paéis fundamentais para o páis e para a identidade nacional.
em primeiro o Vasco Gonçalves, sem ele o 25 de Abril não teria passado de uma revoluçãozeca, sem agravos nem consequência, foi ele que ajudou a dar corpo à democracia em que vivemos hoje, pois ajudou a criar legislação e infra-esturturas do sistema que temos hoje. Se isso foi bom ou mau? Se valeu a pena ou não? Isso cabe a cada um de nós refletir, certo porém é que este homem modificou a história do nosso país e merce de nós o nosso apreço e considereração.
relativamente ao àlvaro Cunhal, o que fascina e reulsa nesse homem é a sua obstinação. Acho que essa foi a sua arma para sobreviver mas também para destruir. sempre fui uma pessoa de convicções e crenças, mas é-me dificil imaginar alguém que atravessa o que ele atravessou e mesmo assim manter-se inabalavelmente fiel. mesmo quando o "muro" desabou ele persistiu. uns dizem que morreu infeliz porque percebeu que o comunismo morreu, verdade ou mentira? não sei. mas confesso que fascina-me e intriga-me esta capacidade de dedicação, não interessa ao quê, interessa-me o mecanismo.
por último penso no Eugénio de Andrade, grande poeta e escritor português (que por erro gráfico do meu livro de português do 12º pensava que estava morto desde 93), ao qual nunca dediquei grandes leituras mas que confesso que as poucas que dediquei gostei bastante!
nos poemas intriga-me sempre esta capacidade que têm de me fazer sentir próxima deles. é como se lhes conhece-se os meandros da alma e isso faz-me sentir próxima, como se os pudesse tratar por tu. talvez porque todos todos somos feistos de fraqueza de existência humana e isso aproxima-nos. não sei.. só sei que sinto sempre a morte de um poeta ou escritor, como uma perda inabalável e como a perda de uma oportunidade de qualquer coisa boa que ainda estava para acontecer. também porque o meu coração patriota, sente como se tivessem partido das melhores peças do espólio nacional, daqueles irrecuperáveis e que não queremos quebrar.
Por tudo isto, penso que Portugal hoje está em grande perda.

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